por
Por Alexandre Versignassi | Edição 7
Nada
menos que 2 783 deles rodam sobre nossas cabeças, segundo estimativas da Força
Aérea americana, executando as mais diversas funções. Os modelos mais
tradicionais, ativos desde o final da década de 60, possibilitam transmissões
globais de TV e ajudam na previsão do tempo. Mais recentemente, entraram em
operação novos sistemas de telefonia (como o Iridium) e de navegação (GPS), que
também usam satélites. Algumas dessas máquinas têm mais de uma função - caso
dos Intelsats, que servem tanto para transmitir sinais de TV quanto para
completar chamadas telefônicas. A maior parte dos modelos restantes se divide
entre funções militares (espionagem), científicas (monitoração do meio
ambiente) e de observação (para ajudar na confecção de mapas, por exemplo). Só no
ano passado, foram colocados em órbita 81 satélites, nem todos para oferecer
novos serviços. Um grande número deles vai ao espaço apenas para substituir
modelos antigos, já que a vida útil dessas máquinas é curta - cerca de dez
anos.
Como
os satélites começaram a ser lançados em 1957, os arredores terrestres estão se
tornando um grande depósito de lixo. A sorte é que quase metade de mais de 5
000 deles já foram incinerados ao saírem de suas órbitas e reentrarem na
atmosfera. Quem controla a ocupação do espaço em volta do planeta é a
Organização das Nações Unidas (ONU), autorizando novos lançamentos e regulando
o ponto onde cada equipamento pode ser posicionado. Mas seus técnicos nem
sempre têm acesso às informações adequadas, principalmente para os satélites de
uso militar. Segredos à parte, se você quiser conferir onde está boa parte dos
satélites neste exato momento, confira esse endereço na internet: http://liftoff.msfc.nasa.gov/Real
Time/JTrack/3D/JTrack3D.html. Nessa página da Nasa há uma bela animação que
mostra a órbita de 500 satélites, com muitas informações sobre eles.
Planeta
cercado
Existem
sete tipos de satélite pairando sobre a Terra
Landsat
7
Tipo
- De observação
Função
- Coleta imagens para monitorar o meio ambiente, criar mapas e fazer espionagem
militar
Unidades
em órbita - 1
Altitude
- 680 km
País
- Estados Unidos
Brasilsat
B
Tipo
- Transmissão e comunicação
Função
- Distribui sinais de televisão e telefonia, além de transmitir dados em geral
para todo o território brasileiro
Unidades
em órbita - 4
Altitude
- 35 785 km (geoestacionário)
País
- Brasil
Terra
Tipo
- Científico
Função
- Mede a poluição da atmosfera e estuda alterações no clima global
Unidades
em órbita - 1
Altitude
- 670 km
País
- Estados Unidos
Meteosat
Tipo
- Meteorológico
Função
- Colhe imagens da atmosfera para auxiliar nos serviços de previsão do tempo
Unidades
em órbita - 4
Altitude
- 35 785 km (geoestacionário)
País
- Desenvolvido por 18 nações européias
Inmarsat
3 (Satélite Marítimo Internacional)
Tipo
- Comunicação
Função
- Possibilita fazer chamadas telefônicas e acessar a internet a partir de
navios ou lugares remotos
Unidades
em órbita - 4
Altitude
- 35 785 km (geoestacionário)
País
- Desenvolvido por 64 nações
GPS
(Sistema de Posicionamento Global)
Tipo
- Navegação
Função
- Calcula latitude, longitude e altitude dos usuários do sistema, orientando-os
sobre sua posição no planeta. É acionado a partir de aviões, navios e até de
modernos relógios de pulso
Unidades
em órbita - 28
Altitude
- 19 800 km
País
- Estados Unidos
DSP
(Programa de Suporte à Defesa)
Tipo
- Militar
Função
- Usa sensores de calor para detectar lançamentos de mísseis e explosões
nucleares
Unidades
em órbita - Número não divulgado (mas 23 foram construídos desde 1970)
Altitude
- 35 785 km (geoestacionário)
País
- Estados Unidos
Geoestacionários
- ficção que se tornou realidade
Os
satélites geoestacionários ficam fixos sobre um único ponto da Terra, em vez de
girar em torno dela - e são usados, entre outras coisas, para comunicação e
previsão do tempo. Eles podem ser considerados filhos diretos da ficção
científica. Essas máquinas foram imaginadas pelo escritor Arthur C. Clarke,
mais conhecido como autor do clássico 2001 - Uma Odisséia no Espaço, adaptado
para o cinema por Stanley Kubrick em 1968. Em 1945, Clarke escreveu um artigo
científico para a revista britânica Wireless World prevendo que seria possível
construir satélites que ficariam parados sobre um ponto da Terra. Nos meios
acadêmicos, ninguém botou fé - mas, 20 anos depois, foi para o espaço o
primeiro satélite geoestacionário da história, o Early Bird, usado para
transmissões de TV.